A uma taça feita de um crânio humano (1808)
De lorde Byron
Tradução de Castro Alves
Não recues! De mim não foi-se o espírito...De lorde Byron
Tradução de Castro Alves
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.
Mais val guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
-Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do reptil.
Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
... Podeis de vinho o encher!
Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.
E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...
Mais um:
Tu Me Chamas
Canção, parodiada do português por Lord Byron.
Tradução de João Cardoso de Menezes e Souza
(Barão de Paranapiacaba).
Em momentos de delícia,
Extática, embevecida,
Numa voz, toda carícia,
Tu me chamas: "Minha vida!"
Sentira, à frase tão doce,
Exultar-me o coração,
Se a nossa existência fosse
De perpétua duração.
Levam-nos esses momentos
Ao fim comum dos mortais.
Ou não saiam tais acentos
Dos lábios teus nunca mais,
Ou, mudando a frase terna,
"Minha alma", podes dizer.
Pois a alma não morre; eterna
Qual meu amor, há de ser.
Um comentário:
Magníficos os dois poemas, o primeiro cheio de simbolismos que poucos poderiam entender, o segundo a Lei universal que move o mundo!
Bravo! a Lord Byron e Bravo!a você por tão bom gosto em relação a escolha de postagens :)
Que sua LUZ brilhe sempre!
Bjs e carinho
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