quinta-feira, 4 de junho de 2009

Carma, pecado, redenção e coisa e tal.



Quanto tempo que não escrevo nada, acho que estou enferrujado. Primeiramente peço desculpas a todos que tantas vezes (se existirem realmente alguém) vieram a este espaço e o acharam sem nenhuma atualização, desculpas. Agora gostaria também de dizer que se não fosse uma Bruxinha muito especial em minha vida eu não teria escrito este texto, obrigado por ter cobrado a minha volta a este espaço virtual, fico feliz com isso.

Falar sobre o Carma (estou escrevendo com a letra “C” tendo em vista a nossa pronúncia, muitos preferem escrever com “K”, colocam “H”, todavia isto para mim é irrelevante) é sempre um assunto muito complexo, resolvi escolher esse tema para a minha volta em virtude de uma conversa que tive com um frater através da internet algumas semanas atrás, ele havia me perguntado o que eu achava daquelas pessoas que parecem imunes a Lei do Carma, pessoas que fazem de tudo e parecem que nunca pagam pelos seus atos, na ocasião eu havia até sugerido um exemplo deste tipo de pessoas, claro que de uma maneira bem humorada eu sugeri que seriam os políticos.

Desta simples pergunta muita discussão ocorreu, vou tentar explicar meu ponto de vista de forma resumida neste texto, sabendo antes de tudo que provavelmente muitos não irão gostar, espero que todos tenham a mente bem aberta, não espero que concordem com minha opinião, entretanto, acima de tudo espero que pensem e reflitam sobre.

Primeiramente precisamos compreender qual o ponto de vista mais comum sobre o carma. O carma de maneira mais comum é entendido como a lei de ação e reação, causa e conseqüência ou qualquer outra coisa parecida. Muitas religiões a tem em alta conta, como por exemplo, o espiritismo no Brasil, o Hinduísmo (na forma mais corrente que conhecemos) e outros tantos cultos e ordens. Eles ensinam que quando praticamos um ato iremos criar uma conseqüência que pode vir a ser boa ou ruim dependendo do ato praticado, em suma, se praticamos um ato ruim (roubar, matar e etc.) teremos que pagar por este ato, para alguns pagaremos nesta mesma vida e para outros podemos pagar em uma vida futura.

Ao analisarmos a visão corrente de carma é inegável vermos uma correlação com o que à “religião” cristã chama de pecado, pois pecado é na concepção cristã um ato que vai contra a vontade de deus (os mesmos exemplos, matar, roubar e etc.), ou seja, se praticamos um ato ruim iremos pagar com a punição no “inferno”, aqui que encontramos a diferença com a concepção de carma, pois no carma nós iremos pagar e após pagarmos estaremos livres do peso daquele ato ruim, já para a doutrina cristã se não nos arrependermos seremos punidos eternamente por aquele ato (um dia escrevo sobre o quanto esse raciocínio é ilógico) e se nos arrependemos não teremos que pagar nada, já estaremos livres.

Ao analisarmos o ponto acima vemos que apenas a punição muda, mas a concepção de atos ruins que geram punição é a mesma, ou seja, o pensamento “místico-espiritualista-moderno” está assentado nos mesmos fundamentos do pecado, ou seja, a essência é a mesma só mudando a roupagem em que se apresenta.

Pelo pensamento do carma como nós o descrevemos acima, para responder a pergunta original, ou seja, o porquê algumas pessoas parecem imunes à lei do carma, a maioria das pessoas responderiam que elas pagam sim, nós é que não percebemos os efeitos por estes serem de cunho pessoal, outras diriam que ela pode até não ter pago nesta vida, mas que com certeza irá pagar em sua próxima vida. Sinceramente estes pensamentos apenas não nos convenceram e resolvemos partir para outro ponto de vista, com um fundamento mais nas “Ciências Ocultas”* do que em mera especulação dogmática.

Um conceito muito aceito nos meios espiritualista é de que a Mente cria, acho que a maioria dos espiritualistas concordariam com essa questão, daí podemos chegar a uma resposta a nossa questão, a mente humana cria tudo ao seu redor, assim como a mente Única criou tudo o que existe, criamos as coisas que nos fazem bem e também aquelas que nos prejudicam. Geralmente criamos com base em “N” situações de forma consciente ou de forma inconsciente (geralmente criamos mais por meio destas), a culpa, ou o se sentir culpado é fator primordial para a criação mental, ou seja, geralmente somos vítimas do nosso próprio sentimento de culpa, por isso somos atingidos, mas algumas pessoas não têm esse sentimento consciente e nem resquícios subconscientes, não podendo assim a mente criar sem o "material necessário". Criamos com base em nossas crenças, conscientes ou não.

Muitos ao lerem o que escrevemos irão se perguntar: então bem e mal não existem?

Bem e mal são concepções dualísticas, ou seja, são "crenças" necessárias a nós humanos, aprendemos a medir tudo em medidas de opostos, mas se dizermos que são reais e não relativos estaríamos confirmando que o Cosmos também os possui, logo teríamos que conceber uma entidade malévola para se contrapor a uma entidade benévola, algo que os religiosos acabaram fazendo e que de fato é um erro, pois só Existe Ele, O Não-Criado, O Tudo, por mais que se manifeste de várias formas será sempre o Uno, por mais que o adoremos como Deusa, Deus, Odin, Alá e etc., será sempre o Uno, o Cosmos. Alguns diriam também que o mal para existir não necessita de uma entidade malévola, bastaria apenas à ausência do Bem, chegaríamos a outro ponto, pois até mesmo o que é bem é uma concepção humana, criada a partir de valores humanos.

É claro que a partir de tais conceitos não devemos tirar a conclusão que podemos fazer de tudo por que não seremos punidos, primeiro por que a maioria de nós tem travas subconscientes que acabará criando “carma” em virtude de nossos atos e dois por que o caminho do Místico-Ocultista é sem dúvida a união com o Cosmos e para alcançarmos tal união precisamos ficar atentos para sabermos o que é na realidade nossa Real Vontade, a Vontade de nosso Eu Interior, pois qualquer agir que não esteja de acordo com nossa Real Vontade apenas nos afastará ainda mais da nossa Meta Interior.

A partir do que foi escrito acreditamos que dê para responderem nossa pergunta inicial, sabemos que muitas perguntas virão para contradizer o que foi dito, poderíamos escrever muitas páginas como respostas a tais perguntas, todavia não o faremos, não por que já não pensamos em coisas do gênero, mas sim por que preferimos que cada um reflita e medite por si próprio para chegar a respostas de suas questões.

Para encerrar, li recentemente uma frese em um livro que achei esplendida que deixo aqui para todos:


“Nós enxergamos tudo num espelho. Agora você teve um vislumbre de como é o outro lado do espelho. Não posso lustrar e polir o espelho inteiro. Se pudesse, você veria até mais coisas; porém, não enxergaria mais a você mesma.”
Joistein Gaarder, Através do Espelho.





* O termo “Ciências Ocultas” utilizado por nós neste humilde texto se refere à ciência que é empregada pelos Místicos e Ocultistas desde os tempos mais remotos, ou seja, a ciência que busca o conhecimento das Leis Espirituais e sua aplicação em nosso plano, o conhecer e o botar em prática e não mera especulação dogmática das religiões e de algumas “pseudo-ordens iniciáticas”.

domingo, 28 de setembro de 2008

O Retorno

Saudação a todos,

Primeiramente peço desculpas pela demora em postar, peço desculpas também pelo texto que irei oferecer a todos, ele foge do estilo das postagens anteriores, mas em virtude da falta de tempo e inspiração para escrever resolvi colocá-lo.

Estou pensando nas próximas postagens colocar alguma coisa sobre os Chacras, mas só se eu conseguir algum tempo aqui para isso.

Obrigado pela atenção.



O Retorno



E lá estava João Pedro, deitado de costas no chão de seu quarto, pequenas manchas negras começavam a surgir ante sua visão, olhava para o teto, olhava e via as pás do ventilador a girar e pensava como o mundo também girava, girava e parava sempre no mesmo lugar.

Uma pequena e única lágrima escorria pelo lado esquerdo de seu rosto, mas não era por tristeza, era algo diferente, estava ele sentindo uma sensação que nunca sentira antes, seria essa a primeira e única vez que sentiria algo assim em sua vida, isso ele tinha certeza.

João Pedro havia completado seus 17 anos a um mês atrás, não ouve festas nem comemorações, no dia acordara pela manhã como em todas as outras manhãs, olhava para si mesmo e as coisas ao seu redor e se sentia mal, desceu as escadas e viu sua mãe na cozinha, era uma manhã normal como todas as outras. Recebeu os parabéns da família, a mãe e o pai.

Na manhã de seu aniversário caminhou por entre o pequeno bosque que havia perto de sua casa, e se sentia privilegiado por morar em uma pequena cidade onde tinha o verde ao seu redor, sentou em uma pedra ao lado da estrada que dava ao colégio, seria o seu ultimo ano naquele colégio, último ano que teria que viver em um lugar onde não tivera momentos que merecessem ficar em sua memória.

Deitado ali no chão de seu quarto dançavam lembranças em sua cabeça, lembrava de quando comentara a sua mãe que havia ouvido vozes o chamando, não se lembra direito, provavelmente aos doze anos de idade, sua mãe como todas as mães, havia falado que era imaginação, ele havia insistido que era real, mas seus pais o convenceram que aquilo tudo não passara de pura imaginação infantil.

Lembrava de todas as vezes que ouvia aquelas vozes estranhas o chamando e do medo que corria pelo seu corpo com tamanha intensidade que o deixava paralisado.

Com um leve sorriso em seu rosto virou um pouco sua cabeça e olhou as paredes de seu quarto, olhava admirado, estavam ali desenhados nas paredes símbolos estranhos para os outros, mas tão familiares para ele, símbolos de planetas, estrelas de cinco pontas dentro de círculos, estrelas de seis pontas, palavras em línguas estranhas; na estante se encontravam velhos exemplares de livros igualmente estranhos, muitos encontrados em velhas livrarias, outros comprados via internet e alguns surgidos como um passe de mágica na mão de amigos que não tinham a mínima idéia do que se tratavam e acabavam vendendo por um preço irrisório. Lá estava ele, deitado no chão do lugar que se tornara o mais sagrado de sua vida, o lugar moldado centímetro por centímetro, com frases, palavras e símbolos desenhados e detalhados cuidadosamente.

Quando começou a fazer de seu quarto seu templo sagrado pintando as paredes com todos aqueles símbolos seu pai e sua mãe tentaram o convencer a não fazer aquela loucura, mas acharam que era apenas rebeldia infantil, não entendiam eles o que aquilo significava para ele, não sabiam que ali ele se sentia seguro de todos os espectros de sua mente, ali ele conseguia mergulhar para dentro de si mesmo sem se preocupar com todos os outros que moravam dentro dele.

Sua mente nunca o dava sossego, aprendeu a meditar para conseguir se tranqüilizar, aos quinze anos de idade já sabia tranqüilizar sua mente assim como um jovem monge tibetano. Em um de seus momentos de meditação foi quando ouviu novamente uma voz em sua cabeça, mas diferentemente de todas as outras vezes agora ele não sentia mais medo, naquele momento ele estava em paz, parado ali de forma imóvel, sentado à maneira oriental de pernas cruzadas, ele apenas ouviu, ouviu durante toda uma tarde, aprendeu com aquela voz coisas que livro nenhum poderia o ensinar. Depois daquele dia ele sabia que não era mais o João Pedro de outrora, sabia que era algo maior, muito maior, que já vivera antes e que tornaria a viver novamente, sabia que o João Pedro era apenas uma estrela em um céu onde estrelas se vêem aos montes, sabia que ele era uma estrela e todas ao mesmo tempo.

Não havia ninguém com que pudesse conversar, não havia como o compreenderem ele sabia muito bem disso, por algum tempo tentou expressar o que sentia, mas como esperado ninguém deu idéia as suas palavras. Sua família começara a achar que ele estava tendo problemas por ler todos aqueles livros estranhos, tentaram o levar para conversar com um psicólogo, mas ele não aceitara, sabia que não estava maluco, muito pelo contrário, ele agora via a loucura do mundo, via como as coisas estavam fora do lugar e ao ver que não podia mudar tudo ao seu redor sentia dor, sentava e conversava com aquela voz dentro dele. A voz o acalmava e dizia para não se preocupar com o mundo ao redor, todavia ele ainda não conseguia compreender tais palavras.

Seu rendimento escolar havia caído muito naquele ano, não por que ele não soubesse das matérias escolares, fazia todas as provas sem estudar e sempre passava, mas faltava agora algo, faltava-lhe o interesse de outrora, não via mais nada que o interessasse naqueles livros e professores, poderia muito bem ensinar aos seus professores como viver suas vidas, ele sabia que era maior do que aquilo tudo e isso o afligia.

Há alguns dias atrás havia ouvido uma voz muito graciosa, uma voz que o fazia sentir melhor, como uma mãe que muito ama o filho ela lhe falava sobre dias melhores, lhe contava que aquilo tudo de nada adiantava, pois ele era grande, talvez o maior de todos e que o mundo ainda não estava preparado para sua presença. Ele a ouvia e sentia no fundo de seu ser a profundidade daquelas palavras. Sentado no chão de seu quarto como tantas outras vezes ele chorou de saudades, saudades de um tempo em que ele não conhecia, de uma vida que ele não conhecia, de um lugar que ele não se lembrava, mas mesmo assim sentia saudades.

João Pedro não possuía amigos nesta vida, algumas pessoas estavam ao seu redor, mas nenhum que ele poderia chamar de amigo, João Pedro nunca havia sido amado realmente nessa vida, deitado ali naquele quarto ele sabia disso.

Deitado ali ele lembrava dos filósofos que lera, dos místicos de outrora que ele sabia que também ouviam aquelas vozes, perguntava para si mesmo como eles tiveram tanta força para continuarem vivendo mesmo sabendo que o mundo não estava preparado para eles.

Uma frase ecoava em sua cabeça, a formosa estrela irá se apagar em um oceano vermelho, agora sabia do que se tratava aquela frase que havia sido lhe dita em sonhos.

Olhava para o teto, sentia suas pálpebras pesarem, as manchas negras em sua visão aumentavam.

Deitado ali com os braços abertos, pernas afastadas, um estilete nas mãos e um pequeno riacho de sangue escorrendo de seus pulsos ele voltava para casa.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Ausência

Peço desculpas para todos que visitam este espaço.
Infelizmente não consegui atualizá-lo, mas estarei fazendo em breve e espero conseguir criar uma regularidade nas postagens, talvez uma por semana ou algo do tipo, ainda não decidi.
A O.´.M.´.I.´.S.´. voltará a suas atividades e estarei divulgando aqui qualquer comunicado.

Fr.´. P.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Chapeuzinho Vermelho

Resolvi escrever algo sobre este “belo” conto que se tornou popular graças aos estúdios Disney. Chapeuzinho vermelho é muito mais do que um conto infantil, antigamente contos eram contados para adultos, anedotas sobre a vida, analogias e até mesmo coisas que eram ditas as crianças a fim de manter idéias latentes em seus subconscientes.

Chapeuzinho vermelho retrata muito bem a época passada em que vivemos, em que ouve o processo de diminuição da Vontade das mulheres e sua opressão por parte do sexo masculino.

Tal personagem trás em si todo esse processo que a humanidade passou trazendo drásticas conseqüências.

Um pequeno resumo da história é uma jovem menina que entra na floresta para levar doces para sua vó, esta jovem passa a ser perseguida pelo “lobo mau” e no final da história é salva do mesmo pelo caçador.

Agora tentarei explicar de acordo com a nossa visão os signos contidos nesta singela “história infantil”.

Chapeuzinho Vermelho, o nome em si já é um grande signo, nota-se que a menina andava com um capuz vermelho, vermelho é a cor do sangue que remete a Vontade, vermelho também é a cor associada ao sexo, sendo a mesma a cor do chakra raiz, ou seja, chapeuzinho vermelho também era uma jovem com seus prováveis 12 anos de idade, a idade em que o sexo começa aflorar nas meninas, em que há sua primeira menstruação, ou seja, o sangue do sexo, idade onde começa se aflorar o desejo sexual. Nota-se que há uma grande conotação sexual em chapeuzinho vermelho.

Chapeuzinho Vermelho adentra na floresta para levar doces para sua Vó, floresta pode ser um símbolo do subconsciente humano, das trevas da subconsciência e podemos também novamente fazer a analogia ao sexo humano, ela entra para levar doces para sua vó, vemos aqui um símbolo matriarcal, uma reverencia aos antepassados femininos algo que provavelmente tem muito a ver com os cultos pagãos matriarcais e onde o sexo era visto como uma expressão normal da natureza humana, não havia proibições e dogmatismo em relação ao sexo, as mulheres eram livres para desfrutarem do prazer sexual e estas não eram dominadas pelos homens. Vemos então no fato de chapeuzinho levar doces para sua Vó na floresta que aquela menina estava começando a se interessar pelo sexo, ela queria desfrutar de seu prazer como assim faziam os “pagãos” sem receio e sem arrependimentos, vale ressaltar também que eram nas florestas que eram comemorados os cultos “pagãos” da fertilidade onde homens e mulheres se uniam em cópula para saudarem a fertilidade de toda a Natureza.

Há na história também o chamado “Lobo Mau” que vive na floresta, o Lobo é constantemente um símbolo que remete a Lua e esta a esfera de Yosed, ou seja, a subconsciência e a esfera do Sexo, onde os desejos sexuais reprimidos ou muito manifestos se fazem presentes no subconsciente da pessoa, bem diria assim Freud. O Lobo Mau da história também remete ao Homem, o Lobo com Vontade de “comer”, “devorar” Chapeuzinho Vermelho demonstra a clara Vontade sexual do Homem que vive na floresta sem a proibição que foi imposta às mulheres de não praticarem tal ato, o símbolo do Lobo querendo devorar Chapeuzinho é uma anedota da atração sexual e da repressão sexual imposta às mulheres e não aos homens, a Vontade de união dos Sexos, algo que é normal e que acontece em toda a natureza, mas que infelizmente o pensamento hipócrita da corja cristista que havia aparecido sobre a face da Terra tentou liquidar.

Na história temos claramente o pensamento “cristão” representado pelo caçador, ou seja, ele quem protege Chapeuzinho Vermelho do Lobo Mau, em outras palavras, a criança que começava a ter seus desejos sexuais aflorando, geralmente aos 12 anos de idade em média, devia casar para se proteger daqueles homens que só queriam sexo (Lobo Mau) e que acabariam lhe fazendo mal. A mulher tinha que se submeter ao homem, se tornar quase que sua escrava e satisfazer sua vontade, ser apenas mais um objeto do homem, vejam o caçador com todo aquele “personagem” de homem forte, másculo e etc., ou seja, a jovem teria que se tornar um ser inferior tal como Eva a Adão e nunca agir tal como Lilith que não aceitou ser submissa a Adão e resolveu abandona-lo para viver com o “Lobo Mal”.

Atualmente com a mudança de paradigmas sociais o pensamento do “caçador” não mais está funcionando, ele já não mais protege as Chapeuzinhos Vermelhos de encontrarem com os Lobos Maus, eles se encontram e festejam à Lua, sem dogmatismo, sem restrição e assim conseguem compreender mais uma parte de si mesmos, de seus subconscientes, de suas florestas interiores. Assim com parte da Vontade Humana, o sexo também deve ser saciado, todavia sempre com a cautela de não ficarmos presos nesta esfera e não mais conseguirmos nos libertar, o sexo é parte da Vontade Humana e não toda a Vontade.

Mas nossas Evas estão experimentando do “fruto” da Árvore do Conhecimento e não aceitam mais a submissão, não aceitam mais restringirem suas Vontades.

Que Maria inviolada seja despedaçada sobre rodas; por causa dela que todas as mulheres castas sejam completamente desprezadas entre vós.

Liber Al vel Legis III:55

Faz o que tu queres, há de ser tudo da Lei.

Que Sírius Brilhe em Vós.

Fr. P.´.



Obs: não foram abordados todos os temas incluídos no conto, não é de nosso propósito assim fazer, estas linhas foram escritas apenas para uma introspecção de quem assim o desejar.

sábado, 19 de abril de 2008

A uma taça feita de um crânio humano (1808)

Uma amiga me disse certa vez que ao ler os poemas de Lord Byron lembrava de mim, o Lord teve uma vida muito desregrada, será por isso que ela se lembra de mim? Deixo aqui um dos poemas mais famosos do Lord:

A uma taça feita de um crânio humano (1808)
De lorde Byron
Tradução de Castro Alves


Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais val guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
-Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do reptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
... Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...





Mais um:



Tu Me Chamas

Canção, parodiada do português por Lord Byron.
Tradução de João Cardoso de Menezes e Souza
(Barão de Paranapiacaba).


Em momentos de delícia,

Extática, embevecida,
Numa voz, toda carícia,
Tu me chamas: "Minha vida!"

Sentira, à frase tão doce,
Exultar-me o coração,
Se a nossa existência fosse
De perpétua duração.

Levam-nos esses momentos
Ao fim comum dos mortais.
Ou não saiam tais acentos
Dos lábios teus nunca mais,

Ou, mudando a frase terna,
"Minha alma", podes dizer.
Pois a alma não morre; eterna
Qual meu amor, há de ser.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Homem e Mulher




Faz o que tu queres, há de ser tudo da Lei.

Ao dar uma olhada nos arquivos do meu pc acabei por achar um texto que escrevi a muito tempo e comecei a refletir sobre, percebi que os textos escritos por nós mesmos no passado são as melhores formas de vermos o quando mudamos na "Senda", fiquei surpreso ao ler algo que escrevi a tempos atrás, por isto dedico este texto a quem interessar:

Homem e Mulher

Ao ler novamente esses dias uma frase de uma “Ordem Iniciática” que me fez refletir e como um relâmpago que atravessa o céu veio a mim uma resposta. A frase era algo do tipo: Os aspirantes a A.´.A.´. são Homens, os irmãos da A.´.A.´. são Mulheres.

O homem desde a antigüidade, se bem que isso está mudando atualmente, sempre foi o ser ativo, era ele quem trabalhava, ele quem mantinha a família, ele quem mantinha a sociedade, por isso é considerado como o elemento ativo ou positivo (positivo aqui em relação a polaridade).

A mulher por outro lado socialmente falando sempre teve um papel mais passivo (como já disse isto está mudando), ela ficava com o cuidar da casa, dos filhos, todavia não tinha uma participação ativa na sociedade, vemos então a mulher como elemento passivo ou negativo (negativo aqui em relação a polaridade e isso não quer dizer que a mulher é inferior e sim que tem uma polaridade diferente).

Homem e mulher, atividade e passividade, positivo e negativo, ambos se completam para a criação de uma terceira força, isto tudo faz parte de uma lei muito conhecida pelos antigos sábios, muitos a chamam de lei do triângulo.

Lembre-se que tudo que ocorre dentro ocorre fora, o que ocorre em cima ocorre embaixo como diriam os antigos sábios, ou seja, se é verdade que homem e mulher representam essa dualidade de energias, essa mesma dualidade tem que existir dentro dos homens assim como também na própria Divindade (Deus, I.A.O., G.A.D.U., Alá, Olodumaré e etc.).

Mas voltando a reflexão sobre a frase.

As energias positivas e negativas se unem e dão origem a uma terceira energia, lembre-se da lei do triangulo, em relação ao homem e mulher, quando estes se unem em cópula dão origem a um terceiro ser, um filho. No universo interior, essa união, essa “cópula mística” de energias internas dão origem ao “Cristus”, ao Deus Interno no Homem, a verdadeira divindade que está em todos, nasce a Criança Interna, o Verdadeiro Iniciado.

Quando se diz que os aspirantes a iniciação são homens isto quer dizer que para se alcançar a verdadeira iniciação se necessita de uma conduta ativa, se é necessário muito trabalho, esforço e que não adianta apenas ficar parado esperando, depois de muito buscar se atinge a verdadeira iniciação, é neste ponto que se diz que os Irmãos Iniciados são mulheres, pois já tiveram seu período de atividade, agora se é necessário esperar, pois assim como no ato sexual o homem é o ser mais ativo, ele necessita fazer o trabalho (trabalho?) e depois do ato com a gravidez da mulher ela espera passivamente o nascimento da criança, assim também age o iniciado, pois agora, depois de alcançar parte do conhecimento (parte, pois ser Iniciado é apenas um degrau da escada que leva ao Cósmico) ele se torna um ser passivo-receptivo para que possa receber do Cósmico sua Sabedoria, agora ele aprende a esperar sem se desesperar durante os “9 meses”* o nascimento da tão sonhada “Criança”.

*É interessante notar que o tempo de espera para o nascimento de uma criança física é de 9 meses, poderíamos dizer que o número do nascimento de uma “Criança Espiritual” também seja de 9, pois o número 9 é um número que possui uma polaridade neutra igualando-se assim ao número 0, isto em si já daria uma grande reflexão que deixo para outrora.


sábado, 12 de abril de 2008

O Véu de Paroketh

Por Euclydes Lacerda de Almeida*



Todos os Sistemas de Iniciação, sejam maçônicos ou rosacrucianos, mágicos ou filosóficos do Antigo Aeon estavam profundamente calcados sobre o Esquadro ou algum outro símbolo equivalente, fundamentado pelo conceito da supremacia masculina. Assim, lendas cujas bases estavam nas figuras míticas de Jesus, Cristo, Osiris, Salomão, Hiran e outros tantos ícones patriarcais, tiveram vez na fértil imaginação do homem como, cada um a sua vez, exemplo máximo e perfeito do ideal humano.
O Novo Aeon, o assim chamado Aeon de Horus, baseia-se num determinado senso, no Círculo, a Deusa, a Mãe cujo símbolo ou manifestação é o filho. Assim novas interpretações advindas de um diferente ponto de vista brotam do entendimento da natureza das coisas.
Desta forma, muitos dos conceitos outrora tomados como verdadeiros, hoje, sob a luz do avanço das pesquisas, tanto no campo tecnológico quanto filosófico, bem como devido as “influências” do Novo Aeon, assumem novos significados, mais adequados aos dias atuais.
Os aspirantes à Arte Real devem estar cientes que os mais antigos mistérios eram de natureza física e não metafísica. Existe uma versão exotérica e uma esotérica a respeito deles, análogos a Lei escrita e oral dos Judeus. Contudo, ao contrário do que se supõe usualmente, a versão metafísica é a exotérica e não o inverso. Isto pode ser concluído pelo estudo do Décimo Sétimo capítulo do Livro dos Mortos dos Egípcios, um dos mais antigos textos iniciático existente. Ali, acompanhando o texto do Livro, aparece, explicando o escrito segundo a tradição, o segredo, a Sabedoria Oculta contida sob os véus, referindo-se à origem física dos abstratos conceitos contidos no Livro. As questões espirituais são explanadas em termos físicos ou, mais precisamente, filosóficos.
E que me desculpem aqueles que consideram impróprio a revelação dos mistérios a que julgam necessário manter o Véu de Isis intocado; eu reitero o fato de que os Mistérios e a Verdadeira Gnose são, predominantemente, de natureza psicossexual. Além disso, as “chaves” do ocultismo prático, sejam relacionadas à magia ou ao misticismo, podem ser compreendidas pelo intelecto meramente através do estudo, mas é somente nos Planos Internos que o efetivo uso delas é revelado. A não ser que os referidos “contatos” nestes planos sejam estabelecidos de modo adequado, nenhum acúmulo de leitura desvalerá os mistérios que se mostram indecifráveis (velados) à análise puramente intelectual.
Aqui tentarei lançar alguma luz sobre estas questões. Tentaremos também demonstrar algumas relações entre a Qabalah e o Sistema Maçônico e de como este tem como fundamento os preconceitos daquela.
Algumas portas do Esoterismo podem ser abertas pelo cuidadoso estudo e vivência dos textos sagrados das religiões do mundo se, no devido lugar, soubermos usar as apropriadas chaves.
Boa parte das chaves do sistema esotérico elaborado no Ocidente são encontrados na Qabalah, causa-nos espécie verificar, após alguns anos de estudos e práticas nesse terreno, que algumas importantes passagens do Novo Testamento têm sido negligenciadas pela maioria dos Esoteristas. Mais parece que elas foram convenientemente “esquecidas” por parte destes, para os quais tais chaves se revelariam assaz comprometedoras.
Uma dessas esquecidas chaves nós encontramos em Mateus 27, 51: “Eis que o Véu do Templo se rasgou em duas partes de alto a baixo: tremeu a terra e fenderam-se as rochas”
Suponho, nada mais natural que, diante do versículo de Mateus, várias questões aflorem:
Que véu é este?
Por que ele se rasga no exato momento em que “Jesus” expira na cruz?




Qual a relação existente entre os dois eventos?
Partindo da premissa de que a Bíblia, como todo Livro Sagrado, contém ensinos iniciáticos na forma de parábolas, nada mais natural do que a necessidade delas serem interpretadas corretamente, para que possamos obter as devidas chaves dos ensinamentos ali encerrados.
Existe na Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, várias referências ao Véu do Templo, como poderemos apreciar nos seguintes exemplos:
“Fez também um Véu de estofo azul, púrpura e carmesim, e de linho fino retorcido.” (Êxodo, XXXI, 35).
“Também fez o véu de estofo azul, carmesim e púrpura, de linho fino” (Crônicas, III, 14).
A esta altura nos vem a lembrança, neste contexto, aquele véus retirados de Salomé, ao executar a Dança dos Sete Véus (um verdadeiro “strip” ritualístico, muito parecido com aquele outro vivido por David, ao dançar nu diante da Arca Sagrada), ante os extasiados e desejosos olhares de Herodes. Atenção também deve ser dada quanto ao preço cobrado pela fabulosa dançarina e seu padrasto (Herodes), isto é, a “Cabeça de João Batista”.
Embora muitos possam contestar, e estão em seu direito, há uma justa identidade entre os dois eventos, a saber: o Véu do Templo e os Véus de Salomé, Eles apresentam a mesma chave dita de modos diferentes. Com alguma paciência, somadas às novas pistas aqui oferecidas, e evidência desta identidade saltará aos olhos levando-nos a atingir o coração do Arcano.
Explicando: Os Sete Véus da dança de Salomé correspondem aos Sete Planos (No Apocalipse de São João, eles correspondem aos Sete Selos e as Sete Trombetas) que o Iniciado terá que descerrar para ver a Verdade nua e crua à sua frente: então ele perderá a cabeça, ou seja: seu eu inferior, seu ego, etc. (Aos maçons indico o Sinal do Primeiro Grau).
Relembrando o que já foi dito anteriormente, causa-nos surpresa observarmos que a especial referência de Mateus 27: 51, totalmente relacionada à morte de Jesus, quando abordada, tem, recebido interpretações tão simplistas que, não raramente, atingem o disparate como, por exemplo, dizer que o Véu do Templo teria sido rasgado pro Jehovah tomado de ira ante o cruel assassinato de seu filho.
Na verdade, o acontecimento descrito pelo Novo Testamento refere-se de modo velado, isto é, ao ápice de uma das mais importantes fases da Iniciação.
Temos conhecimento, através do historiador Flavio Josefo, que o Templo de Jerusalém continha três grandes divisões e que a terceira delas, a mais interior – onde repousava a Arca Sagrada – recebia a denominação de Santo dos Santos e estava exclusivamente consagrada à Divindade (Jehovah, no caso dos judeus). Esta terceira e secretíssima divisão era o local onde somente o Sumo Sacerdote penetrava, uma vez por ano, para ali, “sob véus”, pronunciar o Nome Indizível (IHVH).
Esta câmara estava separada da anterior por um Véu, cujo nome é Paroketh.
Toda a edificação do Templo está baseada em certos cânones sagrados, os quais, por sua vez, encontravam-se preservados pela Tradição da Santa Qabalah. Portanto, nada mais obvio do que recorrermos a esta Ciência e penetrando em seus mistérios, colher Dalí as jóias e os raros perfumes que ela sempre oferece aos que dela se aproximam com respeito e admiração.
Vejamos, assim, se de fato existe, tendo como base a Santa Qabalah, alguma relação entre o “rasgar do Véu” e a “morte de Jesus”, e qual seria essa relação, ou melhor: o que ai se encontra velado.
Segundo um bem conhecido esquema da Qabalah, a Árvore da Vida divide-se em três tríades: Superna (Kether, Chokmah e Binah), Central (Chesed, Geburah e Tiphareth) e a Tríade Inferior (Netzach, Hod e Yesod). Pendente a essa última encontramos o Reino (Malkuth, a esfera da Terra), ponto de onde, pelo processo iniciático, o homem inicia sua jornada de ascensão às Esferas mais elevadas.
Vejamos agora qual é esse Caminho:
Iniciando em Malkuth, a primeira Espera, o Reino, ascendendo verticalmente encontramos a Esfera seguinte, Yesod, o Fundamento.
Logo acima está Tiphareth, a Beleza, a terceira Esfera, a Esfera do Sol, centro e coração da Árvore da Vida, e também o primeiro objetivo maior da Verdadeira Iniciação, isto é, a grande consecução espiritual, fruto de nosso encontro com o Eu Superior. Em termos Thelemitas, o Sagrado Anjo Guardião (SAG). O Sagrado Anjo Guardião recebe, em outros Sistemas que não Thelemitas, denominações diversas, tais como: Adonai, Centro Crístico, Augeoide, Osíris, etc. O Sagrado Anjo Guardião não é exatamente o Eu Superior, mas a analogia é válida na falta de outra melhor. Porém, melhor seria dizer “Centelha Individualizada da Divindade, o Deus Oculto em todo homem e mulher.


O trabalho de ascensão pela Árvore da Vida, quando se dá, seguindo o “Caminho da Flecha”, é constituído pelos Caminhos do Tau e Sameck, respectivamente o 32º e o 25º (que correspondem aos Atus Universo e Arte. E entre esse dois caminhos está a Esfera Yesod. O caminho de Samekh é “cruzado” pelo Caminho de Phe (27º - A Torre Fulminada) que une, por sua vez, a Hod (Esplendor) e Netzach (Vitória). Esses Caminhos formam a Cruz por onde, forçosamente, passará o Aspirante em direção a Tiphareth. Em outras palavras, significa que ele será “crucificado”. Mas não é somente esta “crucificação” que se interpõe entre ele, que está em Malkuth, e seu Centro Crístico.
Aqui também encontramos outra chave: “Caminho da Flecha”: uma flecha necessita de um “arco” para ser lançada em direção ao seu alvo. Onde está esse Arco?
Como dito por Dion Fortune “O Caminho da Iniciação segue as espirais da Serpente da Sabedoria na Árvore; mas o Caminho da Iluminação segue o Caminho da Flecha lançada pelo Arco da promessa. Qesheth, o arco Isis de cores astrais que se estende como um alo por detrás de Yesod.”



Notem que a palavra Qesheth (ou melhor, QShTh – tsq0 é formada pelas letras dos Caminhos 29º, 31º e 32º, respectivamente os Trunfos A Lua, O Julgamento e O Universo.
“Aquilo que está em cima é como o que está em baixo”: esse não é um vão aforismo. Ele pode ser aplicado em todos os planos da existência; conseqüentemente, assim como o Abismo separa a Tríade Superior da Árvore Sephirótica do restante das Esferas, a Tríade Central, do Equilíbrio, está separada da Tríade Inferior por uma lacuna, conhecida pelos qabalistas como o Véu de Paroketh; que, em certo sentido, constitui o próprio Abismo numa escala inferior.
Então, através do processo iniciático, em direção a Tiphareth (ou Deus Interno), o Aspirante terá que atingir Yesod – a Esfera da Lua, ou o Mundo Astral – e passar pelo cruzamento (a interseção dos Caminhos de Phe e Samekh), “rasgando” depois o Véu de Paroketh que encontra-se logo abaixo de Tiphareth, e imediatamente acima de Hod e Netzach e entrar, desta forma, no Santo dos Santos, isto é, a Câmara do Meio (dos maçons), a Câmara do Deus Interno, muito bem representada na Grande Pirâmide como a Câmara do Rei.
Lá, o Aspirante, agora Adepto, deverá pronunciar o Nome Inefável, o Nome de seu Sagrado Anjo Guardião, morrendo em sua personalidade humana, renascendo em uma outra realidade consciencial.
O Iniciado em seu trabalho de consecução tanto mágico quanto místico, usando o Esquema da Árvore da Vida, irá, aos poucos, ascendendo aos diversos Planos de Consciência (simbolizados pelas Esferas) através do Caminho do Meio (ou Pilar Central) que o conduzirá à presença de seu “Deus Interno” (“Jesus”, Adonai, Osíris, etc,). A medida que este trabalho é realizado pelo aspirante, os Reinos dos Elementos, um a um, são conquistados. A abertura ou “rasgar” do Véu de Paroketh é o último obstáculo à destruição parcial do ego mundano. Essa destruição, um “sacrifício” ao Eu Superior, é conhecida como a Morte Mística: “Pai em Teus Braços, entrego minha Alma”.
Malkuth, Yesod, Netzch, Hod e Tiphareth somam cinco esferas: o Pentagrama, os Quatro Elementos regidos, ou dominados, pelo Espírito. Eis aí a Estrela Flamejante dos Maçons, o Símbolo do Homem Divino. A letra Shin (Espírito) inserida entre as Quatro letras do Tetragrammaton (Yod, He, Shin, Vau, He) o transforma em Yeschouah, o Adepto . Este fenômeno acontece com todos os Adeptos que atingiram o Grau Inefável. Percebemos, então, que todo teatro simbólico representado pela “vida”, “ordálios” e “morte” de “Jesus”, nos aponta somente numa direção: o esquema Qabalístico de Consecução Espiritual.



*Euclydes Lacerda de Almeida foi e é um dos grandes expoentes da corrente Thelemica no Brasil, um dos motes pelo qual ficou conhecido foi o de Frater Thor, o texto aqui postado foi retirado do blog do mesmo: www.luxintenebra.blogspot.com