segunda-feira, 28 de abril de 2008

Chapeuzinho Vermelho

Resolvi escrever algo sobre este “belo” conto que se tornou popular graças aos estúdios Disney. Chapeuzinho vermelho é muito mais do que um conto infantil, antigamente contos eram contados para adultos, anedotas sobre a vida, analogias e até mesmo coisas que eram ditas as crianças a fim de manter idéias latentes em seus subconscientes.

Chapeuzinho vermelho retrata muito bem a época passada em que vivemos, em que ouve o processo de diminuição da Vontade das mulheres e sua opressão por parte do sexo masculino.

Tal personagem trás em si todo esse processo que a humanidade passou trazendo drásticas conseqüências.

Um pequeno resumo da história é uma jovem menina que entra na floresta para levar doces para sua vó, esta jovem passa a ser perseguida pelo “lobo mau” e no final da história é salva do mesmo pelo caçador.

Agora tentarei explicar de acordo com a nossa visão os signos contidos nesta singela “história infantil”.

Chapeuzinho Vermelho, o nome em si já é um grande signo, nota-se que a menina andava com um capuz vermelho, vermelho é a cor do sangue que remete a Vontade, vermelho também é a cor associada ao sexo, sendo a mesma a cor do chakra raiz, ou seja, chapeuzinho vermelho também era uma jovem com seus prováveis 12 anos de idade, a idade em que o sexo começa aflorar nas meninas, em que há sua primeira menstruação, ou seja, o sangue do sexo, idade onde começa se aflorar o desejo sexual. Nota-se que há uma grande conotação sexual em chapeuzinho vermelho.

Chapeuzinho Vermelho adentra na floresta para levar doces para sua Vó, floresta pode ser um símbolo do subconsciente humano, das trevas da subconsciência e podemos também novamente fazer a analogia ao sexo humano, ela entra para levar doces para sua vó, vemos aqui um símbolo matriarcal, uma reverencia aos antepassados femininos algo que provavelmente tem muito a ver com os cultos pagãos matriarcais e onde o sexo era visto como uma expressão normal da natureza humana, não havia proibições e dogmatismo em relação ao sexo, as mulheres eram livres para desfrutarem do prazer sexual e estas não eram dominadas pelos homens. Vemos então no fato de chapeuzinho levar doces para sua Vó na floresta que aquela menina estava começando a se interessar pelo sexo, ela queria desfrutar de seu prazer como assim faziam os “pagãos” sem receio e sem arrependimentos, vale ressaltar também que eram nas florestas que eram comemorados os cultos “pagãos” da fertilidade onde homens e mulheres se uniam em cópula para saudarem a fertilidade de toda a Natureza.

Há na história também o chamado “Lobo Mau” que vive na floresta, o Lobo é constantemente um símbolo que remete a Lua e esta a esfera de Yosed, ou seja, a subconsciência e a esfera do Sexo, onde os desejos sexuais reprimidos ou muito manifestos se fazem presentes no subconsciente da pessoa, bem diria assim Freud. O Lobo Mau da história também remete ao Homem, o Lobo com Vontade de “comer”, “devorar” Chapeuzinho Vermelho demonstra a clara Vontade sexual do Homem que vive na floresta sem a proibição que foi imposta às mulheres de não praticarem tal ato, o símbolo do Lobo querendo devorar Chapeuzinho é uma anedota da atração sexual e da repressão sexual imposta às mulheres e não aos homens, a Vontade de união dos Sexos, algo que é normal e que acontece em toda a natureza, mas que infelizmente o pensamento hipócrita da corja cristista que havia aparecido sobre a face da Terra tentou liquidar.

Na história temos claramente o pensamento “cristão” representado pelo caçador, ou seja, ele quem protege Chapeuzinho Vermelho do Lobo Mau, em outras palavras, a criança que começava a ter seus desejos sexuais aflorando, geralmente aos 12 anos de idade em média, devia casar para se proteger daqueles homens que só queriam sexo (Lobo Mau) e que acabariam lhe fazendo mal. A mulher tinha que se submeter ao homem, se tornar quase que sua escrava e satisfazer sua vontade, ser apenas mais um objeto do homem, vejam o caçador com todo aquele “personagem” de homem forte, másculo e etc., ou seja, a jovem teria que se tornar um ser inferior tal como Eva a Adão e nunca agir tal como Lilith que não aceitou ser submissa a Adão e resolveu abandona-lo para viver com o “Lobo Mal”.

Atualmente com a mudança de paradigmas sociais o pensamento do “caçador” não mais está funcionando, ele já não mais protege as Chapeuzinhos Vermelhos de encontrarem com os Lobos Maus, eles se encontram e festejam à Lua, sem dogmatismo, sem restrição e assim conseguem compreender mais uma parte de si mesmos, de seus subconscientes, de suas florestas interiores. Assim com parte da Vontade Humana, o sexo também deve ser saciado, todavia sempre com a cautela de não ficarmos presos nesta esfera e não mais conseguirmos nos libertar, o sexo é parte da Vontade Humana e não toda a Vontade.

Mas nossas Evas estão experimentando do “fruto” da Árvore do Conhecimento e não aceitam mais a submissão, não aceitam mais restringirem suas Vontades.

Que Maria inviolada seja despedaçada sobre rodas; por causa dela que todas as mulheres castas sejam completamente desprezadas entre vós.

Liber Al vel Legis III:55

Faz o que tu queres, há de ser tudo da Lei.

Que Sírius Brilhe em Vós.

Fr. P.´.



Obs: não foram abordados todos os temas incluídos no conto, não é de nosso propósito assim fazer, estas linhas foram escritas apenas para uma introspecção de quem assim o desejar.

sábado, 19 de abril de 2008

A uma taça feita de um crânio humano (1808)

Uma amiga me disse certa vez que ao ler os poemas de Lord Byron lembrava de mim, o Lord teve uma vida muito desregrada, será por isso que ela se lembra de mim? Deixo aqui um dos poemas mais famosos do Lord:

A uma taça feita de um crânio humano (1808)
De lorde Byron
Tradução de Castro Alves


Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais val guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
-Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do reptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
... Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...





Mais um:



Tu Me Chamas

Canção, parodiada do português por Lord Byron.
Tradução de João Cardoso de Menezes e Souza
(Barão de Paranapiacaba).


Em momentos de delícia,

Extática, embevecida,
Numa voz, toda carícia,
Tu me chamas: "Minha vida!"

Sentira, à frase tão doce,
Exultar-me o coração,
Se a nossa existência fosse
De perpétua duração.

Levam-nos esses momentos
Ao fim comum dos mortais.
Ou não saiam tais acentos
Dos lábios teus nunca mais,

Ou, mudando a frase terna,
"Minha alma", podes dizer.
Pois a alma não morre; eterna
Qual meu amor, há de ser.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Homem e Mulher




Faz o que tu queres, há de ser tudo da Lei.

Ao dar uma olhada nos arquivos do meu pc acabei por achar um texto que escrevi a muito tempo e comecei a refletir sobre, percebi que os textos escritos por nós mesmos no passado são as melhores formas de vermos o quando mudamos na "Senda", fiquei surpreso ao ler algo que escrevi a tempos atrás, por isto dedico este texto a quem interessar:

Homem e Mulher

Ao ler novamente esses dias uma frase de uma “Ordem Iniciática” que me fez refletir e como um relâmpago que atravessa o céu veio a mim uma resposta. A frase era algo do tipo: Os aspirantes a A.´.A.´. são Homens, os irmãos da A.´.A.´. são Mulheres.

O homem desde a antigüidade, se bem que isso está mudando atualmente, sempre foi o ser ativo, era ele quem trabalhava, ele quem mantinha a família, ele quem mantinha a sociedade, por isso é considerado como o elemento ativo ou positivo (positivo aqui em relação a polaridade).

A mulher por outro lado socialmente falando sempre teve um papel mais passivo (como já disse isto está mudando), ela ficava com o cuidar da casa, dos filhos, todavia não tinha uma participação ativa na sociedade, vemos então a mulher como elemento passivo ou negativo (negativo aqui em relação a polaridade e isso não quer dizer que a mulher é inferior e sim que tem uma polaridade diferente).

Homem e mulher, atividade e passividade, positivo e negativo, ambos se completam para a criação de uma terceira força, isto tudo faz parte de uma lei muito conhecida pelos antigos sábios, muitos a chamam de lei do triângulo.

Lembre-se que tudo que ocorre dentro ocorre fora, o que ocorre em cima ocorre embaixo como diriam os antigos sábios, ou seja, se é verdade que homem e mulher representam essa dualidade de energias, essa mesma dualidade tem que existir dentro dos homens assim como também na própria Divindade (Deus, I.A.O., G.A.D.U., Alá, Olodumaré e etc.).

Mas voltando a reflexão sobre a frase.

As energias positivas e negativas se unem e dão origem a uma terceira energia, lembre-se da lei do triangulo, em relação ao homem e mulher, quando estes se unem em cópula dão origem a um terceiro ser, um filho. No universo interior, essa união, essa “cópula mística” de energias internas dão origem ao “Cristus”, ao Deus Interno no Homem, a verdadeira divindade que está em todos, nasce a Criança Interna, o Verdadeiro Iniciado.

Quando se diz que os aspirantes a iniciação são homens isto quer dizer que para se alcançar a verdadeira iniciação se necessita de uma conduta ativa, se é necessário muito trabalho, esforço e que não adianta apenas ficar parado esperando, depois de muito buscar se atinge a verdadeira iniciação, é neste ponto que se diz que os Irmãos Iniciados são mulheres, pois já tiveram seu período de atividade, agora se é necessário esperar, pois assim como no ato sexual o homem é o ser mais ativo, ele necessita fazer o trabalho (trabalho?) e depois do ato com a gravidez da mulher ela espera passivamente o nascimento da criança, assim também age o iniciado, pois agora, depois de alcançar parte do conhecimento (parte, pois ser Iniciado é apenas um degrau da escada que leva ao Cósmico) ele se torna um ser passivo-receptivo para que possa receber do Cósmico sua Sabedoria, agora ele aprende a esperar sem se desesperar durante os “9 meses”* o nascimento da tão sonhada “Criança”.

*É interessante notar que o tempo de espera para o nascimento de uma criança física é de 9 meses, poderíamos dizer que o número do nascimento de uma “Criança Espiritual” também seja de 9, pois o número 9 é um número que possui uma polaridade neutra igualando-se assim ao número 0, isto em si já daria uma grande reflexão que deixo para outrora.


sábado, 12 de abril de 2008

O Véu de Paroketh

Por Euclydes Lacerda de Almeida*



Todos os Sistemas de Iniciação, sejam maçônicos ou rosacrucianos, mágicos ou filosóficos do Antigo Aeon estavam profundamente calcados sobre o Esquadro ou algum outro símbolo equivalente, fundamentado pelo conceito da supremacia masculina. Assim, lendas cujas bases estavam nas figuras míticas de Jesus, Cristo, Osiris, Salomão, Hiran e outros tantos ícones patriarcais, tiveram vez na fértil imaginação do homem como, cada um a sua vez, exemplo máximo e perfeito do ideal humano.
O Novo Aeon, o assim chamado Aeon de Horus, baseia-se num determinado senso, no Círculo, a Deusa, a Mãe cujo símbolo ou manifestação é o filho. Assim novas interpretações advindas de um diferente ponto de vista brotam do entendimento da natureza das coisas.
Desta forma, muitos dos conceitos outrora tomados como verdadeiros, hoje, sob a luz do avanço das pesquisas, tanto no campo tecnológico quanto filosófico, bem como devido as “influências” do Novo Aeon, assumem novos significados, mais adequados aos dias atuais.
Os aspirantes à Arte Real devem estar cientes que os mais antigos mistérios eram de natureza física e não metafísica. Existe uma versão exotérica e uma esotérica a respeito deles, análogos a Lei escrita e oral dos Judeus. Contudo, ao contrário do que se supõe usualmente, a versão metafísica é a exotérica e não o inverso. Isto pode ser concluído pelo estudo do Décimo Sétimo capítulo do Livro dos Mortos dos Egípcios, um dos mais antigos textos iniciático existente. Ali, acompanhando o texto do Livro, aparece, explicando o escrito segundo a tradição, o segredo, a Sabedoria Oculta contida sob os véus, referindo-se à origem física dos abstratos conceitos contidos no Livro. As questões espirituais são explanadas em termos físicos ou, mais precisamente, filosóficos.
E que me desculpem aqueles que consideram impróprio a revelação dos mistérios a que julgam necessário manter o Véu de Isis intocado; eu reitero o fato de que os Mistérios e a Verdadeira Gnose são, predominantemente, de natureza psicossexual. Além disso, as “chaves” do ocultismo prático, sejam relacionadas à magia ou ao misticismo, podem ser compreendidas pelo intelecto meramente através do estudo, mas é somente nos Planos Internos que o efetivo uso delas é revelado. A não ser que os referidos “contatos” nestes planos sejam estabelecidos de modo adequado, nenhum acúmulo de leitura desvalerá os mistérios que se mostram indecifráveis (velados) à análise puramente intelectual.
Aqui tentarei lançar alguma luz sobre estas questões. Tentaremos também demonstrar algumas relações entre a Qabalah e o Sistema Maçônico e de como este tem como fundamento os preconceitos daquela.
Algumas portas do Esoterismo podem ser abertas pelo cuidadoso estudo e vivência dos textos sagrados das religiões do mundo se, no devido lugar, soubermos usar as apropriadas chaves.
Boa parte das chaves do sistema esotérico elaborado no Ocidente são encontrados na Qabalah, causa-nos espécie verificar, após alguns anos de estudos e práticas nesse terreno, que algumas importantes passagens do Novo Testamento têm sido negligenciadas pela maioria dos Esoteristas. Mais parece que elas foram convenientemente “esquecidas” por parte destes, para os quais tais chaves se revelariam assaz comprometedoras.
Uma dessas esquecidas chaves nós encontramos em Mateus 27, 51: “Eis que o Véu do Templo se rasgou em duas partes de alto a baixo: tremeu a terra e fenderam-se as rochas”
Suponho, nada mais natural que, diante do versículo de Mateus, várias questões aflorem:
Que véu é este?
Por que ele se rasga no exato momento em que “Jesus” expira na cruz?




Qual a relação existente entre os dois eventos?
Partindo da premissa de que a Bíblia, como todo Livro Sagrado, contém ensinos iniciáticos na forma de parábolas, nada mais natural do que a necessidade delas serem interpretadas corretamente, para que possamos obter as devidas chaves dos ensinamentos ali encerrados.
Existe na Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, várias referências ao Véu do Templo, como poderemos apreciar nos seguintes exemplos:
“Fez também um Véu de estofo azul, púrpura e carmesim, e de linho fino retorcido.” (Êxodo, XXXI, 35).
“Também fez o véu de estofo azul, carmesim e púrpura, de linho fino” (Crônicas, III, 14).
A esta altura nos vem a lembrança, neste contexto, aquele véus retirados de Salomé, ao executar a Dança dos Sete Véus (um verdadeiro “strip” ritualístico, muito parecido com aquele outro vivido por David, ao dançar nu diante da Arca Sagrada), ante os extasiados e desejosos olhares de Herodes. Atenção também deve ser dada quanto ao preço cobrado pela fabulosa dançarina e seu padrasto (Herodes), isto é, a “Cabeça de João Batista”.
Embora muitos possam contestar, e estão em seu direito, há uma justa identidade entre os dois eventos, a saber: o Véu do Templo e os Véus de Salomé, Eles apresentam a mesma chave dita de modos diferentes. Com alguma paciência, somadas às novas pistas aqui oferecidas, e evidência desta identidade saltará aos olhos levando-nos a atingir o coração do Arcano.
Explicando: Os Sete Véus da dança de Salomé correspondem aos Sete Planos (No Apocalipse de São João, eles correspondem aos Sete Selos e as Sete Trombetas) que o Iniciado terá que descerrar para ver a Verdade nua e crua à sua frente: então ele perderá a cabeça, ou seja: seu eu inferior, seu ego, etc. (Aos maçons indico o Sinal do Primeiro Grau).
Relembrando o que já foi dito anteriormente, causa-nos surpresa observarmos que a especial referência de Mateus 27: 51, totalmente relacionada à morte de Jesus, quando abordada, tem, recebido interpretações tão simplistas que, não raramente, atingem o disparate como, por exemplo, dizer que o Véu do Templo teria sido rasgado pro Jehovah tomado de ira ante o cruel assassinato de seu filho.
Na verdade, o acontecimento descrito pelo Novo Testamento refere-se de modo velado, isto é, ao ápice de uma das mais importantes fases da Iniciação.
Temos conhecimento, através do historiador Flavio Josefo, que o Templo de Jerusalém continha três grandes divisões e que a terceira delas, a mais interior – onde repousava a Arca Sagrada – recebia a denominação de Santo dos Santos e estava exclusivamente consagrada à Divindade (Jehovah, no caso dos judeus). Esta terceira e secretíssima divisão era o local onde somente o Sumo Sacerdote penetrava, uma vez por ano, para ali, “sob véus”, pronunciar o Nome Indizível (IHVH).
Esta câmara estava separada da anterior por um Véu, cujo nome é Paroketh.
Toda a edificação do Templo está baseada em certos cânones sagrados, os quais, por sua vez, encontravam-se preservados pela Tradição da Santa Qabalah. Portanto, nada mais obvio do que recorrermos a esta Ciência e penetrando em seus mistérios, colher Dalí as jóias e os raros perfumes que ela sempre oferece aos que dela se aproximam com respeito e admiração.
Vejamos, assim, se de fato existe, tendo como base a Santa Qabalah, alguma relação entre o “rasgar do Véu” e a “morte de Jesus”, e qual seria essa relação, ou melhor: o que ai se encontra velado.
Segundo um bem conhecido esquema da Qabalah, a Árvore da Vida divide-se em três tríades: Superna (Kether, Chokmah e Binah), Central (Chesed, Geburah e Tiphareth) e a Tríade Inferior (Netzach, Hod e Yesod). Pendente a essa última encontramos o Reino (Malkuth, a esfera da Terra), ponto de onde, pelo processo iniciático, o homem inicia sua jornada de ascensão às Esferas mais elevadas.
Vejamos agora qual é esse Caminho:
Iniciando em Malkuth, a primeira Espera, o Reino, ascendendo verticalmente encontramos a Esfera seguinte, Yesod, o Fundamento.
Logo acima está Tiphareth, a Beleza, a terceira Esfera, a Esfera do Sol, centro e coração da Árvore da Vida, e também o primeiro objetivo maior da Verdadeira Iniciação, isto é, a grande consecução espiritual, fruto de nosso encontro com o Eu Superior. Em termos Thelemitas, o Sagrado Anjo Guardião (SAG). O Sagrado Anjo Guardião recebe, em outros Sistemas que não Thelemitas, denominações diversas, tais como: Adonai, Centro Crístico, Augeoide, Osíris, etc. O Sagrado Anjo Guardião não é exatamente o Eu Superior, mas a analogia é válida na falta de outra melhor. Porém, melhor seria dizer “Centelha Individualizada da Divindade, o Deus Oculto em todo homem e mulher.


O trabalho de ascensão pela Árvore da Vida, quando se dá, seguindo o “Caminho da Flecha”, é constituído pelos Caminhos do Tau e Sameck, respectivamente o 32º e o 25º (que correspondem aos Atus Universo e Arte. E entre esse dois caminhos está a Esfera Yesod. O caminho de Samekh é “cruzado” pelo Caminho de Phe (27º - A Torre Fulminada) que une, por sua vez, a Hod (Esplendor) e Netzach (Vitória). Esses Caminhos formam a Cruz por onde, forçosamente, passará o Aspirante em direção a Tiphareth. Em outras palavras, significa que ele será “crucificado”. Mas não é somente esta “crucificação” que se interpõe entre ele, que está em Malkuth, e seu Centro Crístico.
Aqui também encontramos outra chave: “Caminho da Flecha”: uma flecha necessita de um “arco” para ser lançada em direção ao seu alvo. Onde está esse Arco?
Como dito por Dion Fortune “O Caminho da Iniciação segue as espirais da Serpente da Sabedoria na Árvore; mas o Caminho da Iluminação segue o Caminho da Flecha lançada pelo Arco da promessa. Qesheth, o arco Isis de cores astrais que se estende como um alo por detrás de Yesod.”



Notem que a palavra Qesheth (ou melhor, QShTh – tsq0 é formada pelas letras dos Caminhos 29º, 31º e 32º, respectivamente os Trunfos A Lua, O Julgamento e O Universo.
“Aquilo que está em cima é como o que está em baixo”: esse não é um vão aforismo. Ele pode ser aplicado em todos os planos da existência; conseqüentemente, assim como o Abismo separa a Tríade Superior da Árvore Sephirótica do restante das Esferas, a Tríade Central, do Equilíbrio, está separada da Tríade Inferior por uma lacuna, conhecida pelos qabalistas como o Véu de Paroketh; que, em certo sentido, constitui o próprio Abismo numa escala inferior.
Então, através do processo iniciático, em direção a Tiphareth (ou Deus Interno), o Aspirante terá que atingir Yesod – a Esfera da Lua, ou o Mundo Astral – e passar pelo cruzamento (a interseção dos Caminhos de Phe e Samekh), “rasgando” depois o Véu de Paroketh que encontra-se logo abaixo de Tiphareth, e imediatamente acima de Hod e Netzach e entrar, desta forma, no Santo dos Santos, isto é, a Câmara do Meio (dos maçons), a Câmara do Deus Interno, muito bem representada na Grande Pirâmide como a Câmara do Rei.
Lá, o Aspirante, agora Adepto, deverá pronunciar o Nome Inefável, o Nome de seu Sagrado Anjo Guardião, morrendo em sua personalidade humana, renascendo em uma outra realidade consciencial.
O Iniciado em seu trabalho de consecução tanto mágico quanto místico, usando o Esquema da Árvore da Vida, irá, aos poucos, ascendendo aos diversos Planos de Consciência (simbolizados pelas Esferas) através do Caminho do Meio (ou Pilar Central) que o conduzirá à presença de seu “Deus Interno” (“Jesus”, Adonai, Osíris, etc,). A medida que este trabalho é realizado pelo aspirante, os Reinos dos Elementos, um a um, são conquistados. A abertura ou “rasgar” do Véu de Paroketh é o último obstáculo à destruição parcial do ego mundano. Essa destruição, um “sacrifício” ao Eu Superior, é conhecida como a Morte Mística: “Pai em Teus Braços, entrego minha Alma”.
Malkuth, Yesod, Netzch, Hod e Tiphareth somam cinco esferas: o Pentagrama, os Quatro Elementos regidos, ou dominados, pelo Espírito. Eis aí a Estrela Flamejante dos Maçons, o Símbolo do Homem Divino. A letra Shin (Espírito) inserida entre as Quatro letras do Tetragrammaton (Yod, He, Shin, Vau, He) o transforma em Yeschouah, o Adepto . Este fenômeno acontece com todos os Adeptos que atingiram o Grau Inefável. Percebemos, então, que todo teatro simbólico representado pela “vida”, “ordálios” e “morte” de “Jesus”, nos aponta somente numa direção: o esquema Qabalístico de Consecução Espiritual.



*Euclydes Lacerda de Almeida foi e é um dos grandes expoentes da corrente Thelemica no Brasil, um dos motes pelo qual ficou conhecido foi o de Frater Thor, o texto aqui postado foi retirado do blog do mesmo: www.luxintenebra.blogspot.com

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Saindo da Matrix

Saindo da Matrix

Estava analisando como era minha vida a tempos atrás, então tive a visão de que estava totalmente mergulhado em um mundo que é feito de leis pré-estabelecidas com o pseudo-objetivo de manter a sociedade em ordem vejo isso como a nossa Matrix cotidiana assim fazendo uma analogia a filosofia do filme criado pelos irmãos wachowski, então do que se trata essa filosofia? – Abaixo coloquei um texto sobre o filme.

A trilogia Matrix está em plena sintonia com a filosofia pós-moderna, com o hinduísmo, com o budismo, entre outras visões de mundo.

A série Matrix é uma fantástica aventura cibernética, recheada de superefeitos especiais, onde a Terra foi totalmente dominada por máquinas dotadas de inteligência artificial, que passaram a ter controle sobre a raça humana. Os homens e todo o nosso mundo não passam de um software, um programa de computador, uma mera ilusão. Resumindo, nessa trilogia, nosso complexo mundo físico, com todos os seus ecossistemas, e nosso sofisticado corpo humano não passam de uma realidade virtual, como um joguinho de computador, semelhante ao The Sims, Sim City ou Age of Empires.

Matrix também tem uma forte analogia com o cristianismo. Existe uma trindade benigna no filme, composta por Trinity ("Trindade", em inglês), Morfeu ("deus dos sonhos" na mitologia grega. Ele faz o papel de João Batista ao preparar o caminho para o "escolhido" e o de Deus Pai ao assumir a figura paterna de todos que já foram libertos da ilusão) e Neo (do grego "novo". Esse é o "escolhido" e um substituto para Jesus Cristo).

Na primeira aparição de Neo ficamos logo sabendo qual será sua função na trilogia. Choi, um cliente de Neo, chega ao quarto de Neo com alguns amigos para pagar e receber uma encomenda. Ele lhe agradece de uma maneira que passa a ser quase uma profecia sobre o futuro de Neo: "Aleluia. Você é meu Salvador, cara. O meu Jesus Cristo pessoal".

No primeiro filme da série, há mais de dez referências a Neo como o "eleito" ou o "escolhido". No primeiro episódio, Neo morreu, ressuscitou e ascendeu aos céus (isso faz você se lembrar de quem?).

Em Matrix Reloaded, o segundo episódio da série, há uma cena rápida de mais ou menos vinte segundos, quando Neo sai de um elevador na "Cidade de Zion" ("Sião", em inglês) e é abordado por pessoas de várias faixas etárias, muitas com trajes orientais e trazendo oferendas nas mãos. Trinity lhe diz: "Eles precisam de você". Duas mães se aproximam de Neo fazendo alguns pedidos especiais sobre seus filhos. Neo é querido, respeitável e um solucionador de problemas.

Neo move-se com uma rapidez incrível (mais rápido do que o Super-Homem ou qualquer projétil), salva pessoas prestes a serem mortas, tem uma força incomum, tem capacidade para mover objetos sem tocá-los e, a exemplo de Jesus Cristo, também ressuscitou uma pessoa amada. Pronto: "Neo é o nosso melhor amigo e o nosso salvador", essa é uma das mensagens sutis que a trilogia passa nas suas entrelinhas.

Porém, a principal mensagem da trilogia é um novo conceito da "verdade". Nessas películas cinematográficas, a "verdade" é que este mundo é apenas uma matrix ilusória.

Então agora sei que estava vivendo num mundo de ilusão, posso ate ainda estar preso a alguns desses velhos paradigmas mas o importante é que sei que tem um mundo ou seja uma realidade muito maior lá fora, mesmo assim não é fácil entrar e aceitar suas leis que na verdade não são para ser seguidas por que nós somos os criadores e modificadores dessas leis. Pelo simples fato de sermos a imagem do cósmico, então tudo que acontece a nossa volta é para nós, por que somos os criadores da nossa realidade, podemos modificar qualquer paradigma, mas o processo de aceitação dessa idéia é doloroso pelo fato anteriormente citado em relação a aceitação.

Alguns exemplos de como estamos vivendo na matrix foi em meiados de 2005 quando foi lançado o best-seller O código Da Vinci, que possuía idéias muito fortes para a sociedade atual, mas o fato é que por incrível que pareça o livro foi bem aceito pelos ‘’civis’’ e foi por meses o livro mais vendido. Pode ser que algumas idéias são questionáveis ate pelos místicos mas o fato é que obra de Dan Brown iniciou uma série de discussões que ninguém imagina que pudesse haver abertamente, assim uma leva muito grande de boas almas foram soltas das garras da ‘’falsa realidade’’, isso nos dá uma grande alegria pois assim podemos ter a certeza de que entramos de vez na ERA DE AQUÀRIO que iniciou –se em 4 de Fevereiro de 1962*.Tal era é descrita como e era da revolução cientifica e mental, mas nem tudo é rosas essa era trará seus desafios e catástrofes por ser reinada por Urano.

O fato de estarmos fora da Matrix não nos dá sói vantagens mas o fato é que agora somos minoria e somos afetados pelos padrões externos padrões que resultam em parte no preconceito, preconceito que vem a eons anteriores massacrando nossos irmãos, como na idade média onde a Igreja queimou milhares de pessoas de ‘’mente’’ aberta, isso provocou um enorme retrocesso nas diversas áreas do conhecimento. Então estamos livres mentalmente mas não dos que ainda estão ligados a realidade não real.As vezes somos invadidos pelo desejo de voltar para simplesmente ficarmos sossegados e sem preocupação, assim como o personagem de Matrix que decidiu voltar a realidade antiga pois estava cansado da luta e da dificuldade que é ser liberto desse mundo. Então sabendo disso, qual é a nossa missão? – Pode parecer egoísmo mas é a de nos modificar individualmente, procurar a luz da verdade em cada um de nós, mudar para mudarmos o mundo e dissolver em cinzas a MAtrix!

Pés no chão, olhos no horizonte e mente no infinito...

Fr. Hórus

Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei!

Therion



*Em referencia ao início da era de aquário a data em questão citada pelo Fr. é aceita por algumas correntes e outras não, particularmente, eu Frater P.´. não acredito em uma data específica, pois o Novo Eon é uma mudança gradual da mentalidade humana e seus paradigmas, particularmente acredito que o início de tais mudanças se deu em 1904 com o recebimento do Liber Al vel Legis, todavia esta é uma visão pessoal, pois antes disso o mundo já passava por mudanças conceituais. Como na O.´.M.´.I.´.S.´. os membros são incentivados a desenvolverem os seus pensamentos pessoais sem dogmas o texto do Frater Hórus foi mantido com a sua visão pessoal e a mim me coube esclarecer a minha visão nestas linhas.